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Uma casa sem livros é como um corpo sem alma., Cícero

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terça-feira, 8 de junho de 2021

Ilex paraguariensis

 

O meu estado do Paraná é um produtor e consumidor de erva - mate, Ilex paraguariensis A. St.-Hil., Aquifoliaceae, é uma espécie nativa das regiões subtropicais e temperadas da América do Sul, usada em bebidas por infusão como chá, chimarrão e tererê. 

Para verificar os efeitos fisiológicos que a I. paraguariensis pode causar sobre o metabolismo de lipídeos e glicídeos em ratos Wistar, após a ingestão de chá de erva-mate, analisou-se quatro grupos experimentais: 

Grupo Lipídeo Controle (receberam água e dieta hiperlipídica); Grupo Lipídeo Ingestão (extrato de I. paraguariensis e dieta hiperlipídica); Grupo Glicídeo Controle (receberam água e dieta hiperglicídica); e Grupo Glicídeo Ingestão (extrato de I. paraguariensis e dieta hiperglicídica). 

Os animais receberam a dieta por 60 dias, de acordo com o grupo que pertenciam, sendo pesados semanalmente. Após esse período, foram avaliadas as concentrações de colesterol, glicose e triacilglicerídeos sanguíneos, e ainda, peso da gordura visceral. 


Os dados foram analisados estatísticamente. O nível de significância aceito foi foi p<0,05.<0 span="">


POR - https://www.scielo.br


PESQUISA: MAGNO MOREIRA

sábado, 22 de maio de 2021

Fique por dentro: Carbono 14

 

O carbono 14 é um isótopo radioativo do carbono que é formado na estratosfera terrestre quando nêutrons de raios cósmicos bombardeiam o nitrogênio – 14 presente nessas camadas superiores da atmosfera: 

 717N + 01n → 614C+ 11H 

 
Conforme seu símbolo acima mostra, o seu número de massa (quantidade de prótons e nêutrons existentes no núcleo) é igual a 14. Ele acaba entrando no ciclo natural do carbono, pois ele reage com oxigênio do ar, formando gás carbônico (CO2). Esse gás é então incorporado por todos os seres vegetais e animais. 

Os vegetais realizam o processo de fotossíntese, no qual absorvem o gás carbônico com carbono 14. Já os humanos e animais herbívoros se alimentam dessas plantas e também incorporam o carbono 14. Enquanto isso, os carnívoros se alimentam dos animais herbívoros e, enfim, ele acaba sendo assimilado por todos os seres vivos de todos os níveis tróficos. 

 A quantidade de carbono 14 presente na atmosfera é constante, sendo igual a cerca de 14 dpm. g-1, isso porque a velocidade com que esse elemento se forma é a mesma com que ele se desintegra. 

 Os organismos vegetais e animais vão absorvendo o carbono 14 ao longo de toda a sua vida, sendo que a sua concentração vai aumentando até que se estabelece o equilíbrio mencionado acima e a quantidade em massa de carbono 14 se torna igual à presente na atmosfera. No entanto, quando a planta, o ser humano ou o animal morre, o carbono deixa de ser absorvido e passa apenas a se desintegrar. 

 Com isso em mente, os cientistas usam o carbono 14 para determinar a idade de fósseis animais e vegetais ou de qualquer objeto que seja subproduto de tais, como um pedaço de madeira ou de pano.

BRASIL ESCOLA
PESQUISA: MAGNO MOREIRA

quinta-feira, 13 de maio de 2021

Artes: Semana de Arte Moderna

 

A Semana de Arte Moderna foi uma manifestação artístico-cultural que ocorreu no Theatro Municipal de São Paulo entre os dias 13 a 18 de fevereiro de 1922. 

 O evento reuniu diversas apresentações de dança, música, recital de poesias, exposição de obras - pintura e escultura - e palestras. Os artistas envolvidos propunham uma nova visão de arte, a partir de uma estética inovadora inspirada nas vanguardas europeias. 

 Juntos, eles visavam uma renovação social e artística no país e que foi deflagrada pela "Semana de 22". O evento chocou grande parte da população e trouxe à tona uma nova visão sobre os processos artísticos, bem como a apresentação de uma arte “mais brasileira”. 

 Houve um rompimento com a arte acadêmica, inaugurando assim, uma revolução estética e o Movimento Modernista no Brasil. Mário de Andrade foi uma das figuras centrais e principal articulador da Semana de Arte Moderna de 22. 

Ele esteve ao lado de outros organizadores: o escritor Oswald de Andrade e o artista plástico Di Cavalcanti. Características da Semana de Arte Moderna Uma vez que o intuito principal desses artistas era chocar o público e trazer à tona outras maneiras de sentir, ver e fruir a arte. 

😆As características desse momento foram: Ausência de formalismo; 
Ruptura com academicismo e tradicionalismo; 
Crítica ao modelo parnasiano; 
Influência das vanguardas artísticas europeias (futurismo, cubismo, dadaísmo, surrealismo, expressionismo); 
Valorização da identidade e cultura brasileira; 
Fusão de influências externas aos elementos brasileiros; 
Experimentações estéticas; 
Liberdade de expressão; 
Aproximação da linguagem oral, com utilização da linguagem coloquial e vulgar; 
Temáticas nacionalistas e cotidianas. 

Veja também: Arte Moderna A Semana de 1922:

 Resumo No centenário da Independência do país, ocorrida em 1822, o Brasil passava por diversas modificações sociais, políticas e econômicas (advento da industrialização, fim da primeira guerra mundial, etc.). Surge a necessidade de recorrer a uma nova estética, e daí nasce a "Semana de Arte Moderna". 

 Ela esteve composta por artistas, escritores, músicos e pintores que buscavam inovações estéticas. O intuito era criar uma maneira de romper com os parâmetros que vigoravam nas artes em geral. A maioria dos artistas eram descendentes das oligarquias cafeeiras de São Paulo, que junto aos fazendeiros de Minas, formavam uma política que ficou conhecida como “Café com Leite”. Esse fator foi determinante para a realização do evento, uma vez que foi respaldado pelo governo de Washington Luís, na época governador do Estado de São Paulo. 

 Além disso, a maioria dos artistas, os quais possuíam possibilidades financeiras para viajar e estudar na Europa, trouxe para o país diversos modelos artísticos. Assim, unidos à arte brasileira, foi se formando o movimento modernista no Brasil. Com isso, São Paulo demostrava (em confronto com o Rio de Janeiro) novos horizontes e uma figura de protagonismo na cena cultural brasileira. Para Di Cavalcante, a semana de arte: Seria uma semana de escândalos literários e artísticos, de meter os estribos na barriga da burguesiazinha paulista. 

 Laura Aidar/ TODA MATÉRIA

PESQUISA: SARAH ALICE SALES DE MORAES E MAGNO MOREIRA

quarta-feira, 12 de maio de 2021

O Hermetismo influencia sua vida. Saiba como?

 

Conteúdo 1 O que é o Hermetismo? 
2 Origem do termo Hermético 
3 O Hermetismo na Antiguidade Tardia 
4 O Hermetismo na Idade Média, no Renascimento e no começo da Idade moderna 
5 O Hermetismo nos tempos modernos até os dias de hoje 
6 O Caibalion 
7 A concepção de Deus do Hermetismo 
8 A Prisca theologia 
9 “Assim acima, como abaixo”: A Tábua de Esmeralda 10 O Hermetismo e a Alquimia 
11 A Teurgia 
12 As Sete Leis Herméticas ou Sete Princípios do Hermetismo O que é o Hermetismo? 

O Hermetismo é uma riquíssima tradição religiosa, filosófica e esotérica enraizada principalmente nos escritos atribuídos ao sábio Hermes Trismegisto (ou Trimegistus, o “Hermes Três Vezes Grande”). Esses escritos influenciaram muito a tradição esotérica ocidental e foram considerados de grande importância durante parte da Idade Média e por todo o Renascimento. 

- É uma tradição que tem suas bases na assim chamada prisca theologia, uma antiga doutrina que afirma a existência de uma única e verdadeira teologia presente em todas as religiões e que foi concedida por Deus ao homem na antiguidade. Muitos escritores, incluindo Lactâncio, Cipriano de Cartago, Marsilio Ficino, Pico della Mirandola, Giordano Bruno, Tommaso Campanella, Sir Thomas Browne e Ralph Waldo Emerson, consideravam Hermes Trismegisto um sábio profeta pagão que previu o Advento de Cristo. 

 -Grande parte da importância do hermetismo se origina de sua conexão com o desenvolvimento da ciência durante o período de 1300 a 1600 d,C. 

 -O destaque que se deu à ideia de influenciar ou controlar a natureza levou muitos cientistas e pesquisadores a olharem com atenção para a magia e suas artes afins, como por exemplo, alquimia e astrologia. Na época, o esoterismo tinha em comum com a ciência o impulso de estudar a natureza por meio de experimentos. No caso da alquimia, os experimentos que abrangiam a procura da Pedra Filosofal. 

-No da magia, os experimentos espirituais das evocações de seres de outros planos. Consequentemente, foram os aspectos práticos dos escritos herméticos que atraíram a atenção dos cientistas. Isaac Newton, por exemplo, depositou grande fé no conceito de uma doutrina pura e não adulterada, que ele estudou com afinco para ajudá-lo a entender o mundo físico. 

 Origem do termo Hermético O termo Hermético se origina do latim medieval hermeticus, que é derivado do nome do deus grego Hermes. Deus-Hermes Deus Hermes Hermes era o mensageiro dos deuses. 


-O responsável portanto por ligar o Céu à Terra, e era um deus relacionado à ciência, à sabedoria, ao estudo, à medicina. Tanto que o caduceu de Hermes é até hoje um símbolo da medicina. 

Foi também associado ao deus egípcio Thot. Hermes Trimegisto, que usava esse pseudônimo em homenagem ao deus Hermes, supostamente foi quem inventou o processo de produção de um tubo de vidro hermético (um processo alquímico). Para isso, usou um selo secreto. 

 -Portanto, a definição de “completamente selado” está implícito nas palavras “hermeticamente fechado (ou selado)”. E o termo “hermético” também é equivalente de “oculto”, ou “difícil de decifrar”, até porque os textos herméticos sempre foram carregados de simbologia nem sempre fácil de ser compreendida pelos não iniciados. 

 O Hermetismo na Antiguidade Tardia Na Antiguidade Tardia, o Hermetismo surgiu em paralelo ao cristianismo primitivo, ao gnosticismo, ao neoplatonismo, aos oráculos caldeus e à literatura órfica e pitagórica tardia. 

Essas doutrinas foram “caracterizadas por uma resistência ao domínio da pura racionalidade ou da fé doutrinária.” 

 Ou seja, não seguiam nem a racionalidade mais pura de Aristóteles, que se afastava de concepções religiosas e místicas, e nem dogmas de fé rígidos. 

- Os textos agora conhecidos como Corpus Hermeticum são datados por tradutores modernos e pela maioria dos estudiosos como pertencendo ao início do século II ou pouco antes. No entanto, a menção de Plutarco a Hermes Trismegisto remonta ao século I d.C. 

 -E Tertuliano, Jâmblico e Porfírio estavam todos familiarizados com os escritos herméticos, Quanto a seus temas, esses textos se concentram na unicidade e bondade de Deus, instigam a purificação da alma e expandem o relacionamento entre mente e espírito. Sua forma literária predominante é o diálogo. Hermes Trismegisto, segundo se dizia um antigo sacerdote egípcio, instruía seus discípulos durante esses diálogos, falando sobre vários ensinamentos da sabedoria oculta. 

 O Hermetismo na Idade Média, no Renascimento e no começo da Idade moderna Corpus-Hermeticum-Hermetismo Com a queda do Império Romano, depois de séculos de desvalorização, o Hermetismo foi reintroduzido no Ocidente quando, por volta da metade do século XV, um homem chamado Leonardo de Pistoia levou o Corpus Hermeticum à Itália. 

 Ele foi um dos muitos agentes enviados pelo governante de Pistoia e Florença, Cosimo de’ Medici, para vasculhar os mosteiros europeus em busca de escritos antigos perdidos. Em 1614, Isaac Casaubon, um estudioso suíço, analisou os textos herméticos antigos e, pelo estilo do Corpus Hermeticum, concluiu que os escritos atribuídos a Hermes Trismegisto não eram obra de um antigo sacerdote egípcio, mas que datavam dos séculos I, II e III depois de Cristo. Contudo, mesmo depois do estudo de Casaubon, Thomas Browne, em sua Religio Medici (1643) afirmou com confiança: “As escolas severas (os estudiosos mais rígidos e descrentes) nunca me convencerão a abandonar a filosofia de Hermes, segundo a qual este mundo visível é apenas um reflexo do invisível.”

 -Discussões a esse respeito persistem até hoje, e na verdade para a essência do Hermetismo pouco importa se o Trismegisto foi um antigo sacerdote do Egito ou um sábio grego. Ou então se esse sacerdote antigo foi alguém que inspirou textos gregos posteriores. O que importa mais são os textos em si, e a sabedoria contida neles. 

- O Hermetismo nos tempos modernos até os dias de hoje 

O Hermetismo influenciou muitos iniciados importantes para o Esoterismo moderno e contemporâneo, como Papus, Eliphas Lévi, Alice Bailey e os autores do Caibalion, sobre o qual logo falaremos. -Em 1945, textos herméticos foram encontrados perto da cidade egípcia Nag Hammadi. 

Um desses textos tinha a forma de uma conversa entre Hermes e seu discípulos Asclépio. Um segundo texto falava sobre as escolas de mistérios herméticos.

 Estava escrito na língua copta, a forma mais recente de escrita da antiga língua egípcia. 

 De acordo com Geza Vermes, o hermetismo era um misticismo helenístico (de origem grega) contemporâneo ao Evangelho de João. Hermes Tresmegisto era “a reencarnação helenizada da divindade egípcia Thoth, a fonte da sabedoria, que se acreditava que pudesse divinazar o homem através do conhecimento (gnose).” Gilles Quispel diz: “Agora é completamente certo que existia antes e depois do início da era cristã em Alexandria uma sociedade secreta, semelhante a uma loja maçônica. 

Os membros deste grupo se autodenominavam irmãos, eram iniciados por um batismo do Espírito, cumprimentavam-se com um beijo sagrado, celebravam uma refeição sagrada e liam os escritos herméticos como tratados edificantes (exemplares) para seu progresso espiritual”. 
 
                O Caibalion 

-O Caibalion foi publicado em 1908 pela Yogi Publication Society. Seus autores (ou organizadores) foram três espiritualistas que usaram o pseudônimo de “os Três Iniciados” surgiu com a afirmação de conter a essência dos ensinamentos de Hermes Trismegisto. 

 Apareceu como um tratado voltado a ensinar o Hermetismo como era aprendido nas escolas herméticas do Antigo Egito e da Antiga Grécia. Seu material se tornou um dos pilares do ocultismo da época e muitas das ideias apresentadas neste livro anteciparam conceitos que se tornaram populares no século XXI, como por exemplo, a Lei da Atração.

- Segundo os autores, a versão atual do Caibalion seria uma reformulação de um antigo livro iniciático de mesmo nome. 

E teria sido transmitido no boca a boca por gerações, passando de mestre para discípulo, até que se chegasse ao formato do livro como foi publicado. Por isso também pode-se considerá-los como organizadores ou compiladores. O título faz referência à palavra hebraica que em seu significado sugere a existência de uma tradição ou doutrina manifestada por um Ente superior. Tem a mesma raiz da palavra cabala. A concepção de Deus do Hermetismo 

No Hermetismo, a Entidade suprema é referida de várias maneiras como Deus, o Todo ou o Um. Deus, no Hermetismo tradicional, é unitário e transcendente: portanto ele é um e existe separado do cosmo material. Segundo algumas correntes herméticas, a Divindade criou o cosmo como um Deus pessoal. 

Segundo outras, simplesmente emanou o cosmo de si mesma. Deus, no entanto, não é o único ser sobrenatural. O Hermetismo concorda com a ideia que diversos seres espirituais, como éons, anjos e elementais, existem dentro do universo. 

 A Prisca theologia Os hermetistas acreditam em uma prisca theologia, a doutrina de que existe uma única e verdadeira teologia, que existe em todas as religiões e que foi dada por Deus ao homem ainda na antiguidade.

 Segundo antigos autores, inclusive alguns dos chamados pais da Igreja cristã, Hermes Trismegisto era um contemporâneo de Moisés. Mais recentemente, alguns autores, como Aldous Huxley, desenvolveram o conceito de Philosophia Perennis: uma sabedoria eterna e comum a todas as religiões, algo muito semelhante a à Prisca theologia do Hermetismo. 

 “Assim acima, como abaixo”: A Tábua de Esmeralda A mais famosa das máximas herméticas está representada imageticamente na carta do Mago do Tarot. Basta olhar atentamente para como o Mago se posiciona.

 Esta frase se origina do texto da Tábua de Esmeralda, o texto de Hermes Trismegisto que teria dado origem à Alquimia. Tabua-de-esmeralda-Hermetismo 

      Tábua de Esmeralda 

A Tábua de Esmeralda diz o seguinte: 
(1) É verdade, certo e muito verdadeiro: 
 (2) O que está embaixo é como o que está em cima e o que está em cima é como o que está embaixo, para realizar os milagres de uma única coisa. 
 (3) E assim como todas as coisas vieram do Um, assim todas as coisas são únicas, por adaptação. 

 (4) O Sol é o pai, a Lua é a mãe, o vento o embalou em seu ventre, a Terra é sua nutridora; 
 (5) O Pai de toda Telesma do mundo está nisto. 
 (6) Seu poder é pleno, se é convertido em Terra. 
 (7) Separarás a Terra do Fogo, o sutil do denso, suavemente e com grande perícia. 
 (8) Sobe da terra para o Céu e desce novamente à Terra e recolhe a força das coisas superiores e inferiores. 
 (9) Desse modo obterás a glória do mundo. 
 (10) E se afastarão de ti todas as trevas. 
 (11) Nisso consiste o poder poderoso de todo poder: Vencerás todas as coisas sutis e penetrarás em tudo o que é sólido. 

 (12) Assim o mundo foi criado. 
 (13) Esta é a fonte das admiráveis adaptações aqui indicadas. 
 (14) Por esta razão fui chamado de Hermes Trismegisto, pois possuo as três partes da filosofia universal. 
 (15) O que eu disse da Obra Solar é completo. 

 Esse princípio também é frequentemente usado no sentido de existirem o microcosmo e o macrocosmo. O microcosmo é o si mesmo, e o macrocosmo é o universo. 

 O macrocosmo é como o microcosmo e vice-versa: nós, em nossa essência, somos semelhantes ao universo. É também por isso que os seres humanos deveriam compreender melhor uns aos outros. Porque na essência somos todos igualmente elevados. 

- O Hermetismo e a Alquimia A Alquimia (também chamada de operação do Sol) não é apenas a operação química que produz a mudança do chumbo em ouro. 

É um estudo profundo da vida, do espírito e da matéria. Não é uma simples forma de se ter uma vida mais longa ou alcançar a imortalidade. Para a Alquimia, a Longa Vida e a Iluminação espiritual são inseparáveis. Desde o início Alquimia e Hermetismo caminharam juntos e podem ser considerados praticamente a mesma disciplina. De certa forma o Hermetismo seria a teoria e a Alquimia a prática. 

 Os vários estágios da destilação e fermentação química, entre outros processos, são aspectos de mistérios que, quando aplicados, aceleram os processos da natureza para levar um corpo natural à perfeição. A prática laboratorial e o caminho espiritual são paralelos. O corpo e seu intelecto se elevam junto com a alma. 

 A perfeição almejada pela Alquimia é a realização da magnum opus (ou seja, a “Grande Obra”). A Teurgia Existem dois tipos diferentes de magia, de acordo com a Apologia de Pico della Mirandola. E eles são completamente opostos um ao outro. 

 O primeiro é a Goetia ou Goécia, a magia negra;
 
A segunda é a Teurgia, a magia divina dependente de uma aliança com espíritos divinos (ou seja, anjos, arcanjos, espíritos celestiais). 

 A Teurgia é outro aspecto prático da filosofia hermética, e é vista como algo profundamente ligado à Alquimia. A Alquimia é vista como a “chave” que abre os maiores tesouros da Teurgia. 

-Até porque, com a transmutação alquímica, pode-se ter pleno acesso aos planos superiores, à Consciência Divina que é o objetivo último da Teurgia. As Sete Leis Herméticas ou Sete Princípios do Hermetismo Não poderíamos terminar sem mencionar aquelas que são as principais leis do Hermetismo: 

 Lei da Correspondência. “O que está em cima é como o que está embaixo.” Lei do Mentalismo: “O Todo é Mente; o Universo é Mental.” 
Lei da Vibração: “Nada está parado, tudo se move, tudo vibra.” 
Lei da Polaridade: “Tudo é duplo, tudo tem dois pólos, tudo tem o seu oposto. 
O igual e o desigual são a mesma coisa. Os extremos se tocam. Todas as verdades são meias-verdades. Todos os paradoxos podem ser reconciliados.” 
Lei do Ritmo: “Tudo tem fluxo e refluxo, tudo tem suas marés, tudo sobe e desce, o ritmo é a compensação.” Lei do Gênero: “O Gênero está em tudo. Tudo tem seus princípios Masculino e Feminino, o gênero se manifesta em todos os planos de criação.” 
Lei de Causa e Efeito:“Toda causa tem seu efeito, todo o efeito tem sua causa, existem muitos planos de causalidade mas nenhum escapa à Lei.” 

Sobre a Lei da Correspondência, já falamos um pouco. Contudo, não vamos detalhar aqui as Sete Leis ou Princípios. Caso queira saber mais, acesse o artigo específico a respeito e continue se informando sobre esta magnífica filosofia.


Marcello Salvaggio

Sou escritor e pesquisador nas áreas da religião, da literatura, do misticismo e da história.
Considero a espiritualidade a chave fundamental para o entendimento de nossas vidas, para encontrarmos o verdadeiro sentido de nossa existência, e todo meu trabalho é orientado nesse sentido.


-Tenho livros publicados no Brasil e na Itália e sou formado em Letras pela USP e auricoloterapia pelo instituto EOMA, escola especializada em acupuntura e em outros ramos da medicina tradicional chinesa.



No campo da terapia e do aconselhamento, considero essenciais a empatia e o respeito ao livre-arbítrio alheio.



                     BLOG VIDA TAROT
                    
                     PESQUISA: MAGNO MOREIRA

terça-feira, 11 de maio de 2021

Geração Beat, escritores malditos "?"

 

E lá ia este intrépido e incauto blogueiro com os livros debaixo do braço, 17 anos, e lá eu ia ...... mudar o mundo com esses ''escritores malditos'' - Você já ouviu falar da Geração Beat? 

Ela surgiu do encontro de três jovens estudantes na Universidade Columbia, em Nova York. 

O movimento se instaurou em uma sociedade marcada por valores tradicionais e conservadores que sustentavam a prosperidade econômica da América pós Segunda Guerra Mundial. Contudo, essa tranquilidade se transformaria em uma ansiedade paranoica gerada pelo medo do que era considerado “antiamericano”, visto que o país estava prestes a entrar no período da Guerra Fria. 

 Em oposição a esses valores, os escritores Beat ecoaram um grito de rebeldia valendo-se de diferentes estilos e temas literários. O termo beat, presente no falar das ruas, significa “quebrado, pobre, sem domicílio”, reforçando o mito da geração perdida. 

O movimento cultural, artístico e social independente figurou como símbolo de resistência ao materialismo, à ordem e às convenções preestabelecidas. Uma segunda definição da expressão está relacionada à beatitude, que significa a contemplação da natureza e da espiritualidade individual. Karouac era o meu preferido: 

O poeta transgressor da Geração Beat nascia há  cem longos anos.
Uma aventura libertária sobre rodas é o que o icônico escritor Jack Kerouac (1922-1969) ofereceu a uma geração inteira de leitores. 

Criador da famosa dupla Dean Moriarty e Sal Paradise, o escritor foi um marco para a prosa selvagem e experimental. Sua vida foi uma verdadeira montanha russa, que com certeza deu fôlego aos livros. 

O mais famoso de todos, “On the road“, foi lançado em 1957 – após ser rejeitado por quase 10 anos por editoras. Inspirado pelo jazz e andanças na costa oeste do país, Kerouac escreveu em três semanas a primeira versão do que seria a bíblia da contracultura norte-americana, a base de muita benzedrina e café.

Na trama, o autor captou a sonoridade das ruas, das planícies e das estradas americanas para criar uma obra que influenciou a arte e o comportamento da juventude na segunda metade do século XX. 

Embora seja um livro de ficção, todos os personagens são reais, inspirados nos amigos de Jack, mas em versões romantizadas. Kerouac retratou a si mesmo no papel de Sal Paradise, um personagem neutro e de segundo plano, fascinado por Dean Moriarty, que na vida real era o ícone dos poetas da época, Neal Cassady. 

O livro foi adaptado para o cinema pelo cineasta brasileiro Walter Salles, em 2012 e, no Brasil, recebeu impecável tradução e introdução de Eduardo Bueno para a L&PM Pocket.

POR MAGNO MOREIRA

sábado, 8 de maio de 2021

Você Sabe quem foi Agenor de Miranda Araújo Neto "?''

 

Agenor de Miranda Araújo Neto, mais conhecido como Cazuza (Rio de Janeiro, 4 de abril de 1958 — Rio de Janeiro, 7 de julho de 1990), foi um cantor, compositor, poeta e letrista brasileiro. Primeiramente conhecido como vocalista e principal letrista da banda Barão Vermelho, na qual fez bem sucedida parceria com Roberto Frejat, Cazuza posteriormente seguiu carreira solo, sendo aclamado pela crítica como um dos principais poetas da música brasileira, Cazuza também ficou conhecido por ser rebelde, boêmio e polêmico, tendo assumido em entrevistas sua bissexualidade. 


Em 1989 revelou ser soropositivo (termo usado para descrever a presença do vírus HIV, causador da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), e morreu no ano de 1990, aos 32 anos no Rio de Janeiro.

                   PESQUISA - MAGNO MOREIRA

sexta-feira, 30 de abril de 2021

WEB: Democracia da informação

 

A expressão “democracia digital” - e outras que lhes são próximas ou correspondentes, como “democracia eletrônica”, “ciberdemocracia”, “democracia virtual”, “teledemocracia” e suas versões – é cada vez mais extensivamente empregada, por pesquisadores, políticos e militantes sociais e, enfim, pelo discurso público. O conceito que lhe corresponde, a idéia de democracia digital, serve como um campo magnético capaz de atrair para o seu centro temas relacionados à política ou à democracia em sua imbricação com um considerável número de verbetes da cibercultura tais como, dentre outros, “internet”, “novas tecnologias”, “mundo digital”, “recursos web”. 

Correspondentemente, o conjunto de fenômenos da ordem da realidade que constituem a referência de “democracia digital” é um universo de fronteiras não muito precisas, situado no cruzamento entre duas dimensões que, por si só, são já tão imprecisos, a saber, a democracia e as tecnologias digitais. Dado este quadro, o emprego da expressão se faz mais claro: com “democracia digital” usualmente é feita referência a um montante muito amplo de experiências, iniciativas e práticas políticas relacionadas à idéia ou às instituições da democracia, na medida em que tais experiências iniciativas e práticas se apóiam em dispositivos, ferramentas e recursos das tecnologias digitais de comunicação e informação.
conteúdo/ link: - http://www.compolitica.org/home/wp-content/uploads/2011
                                     
                                      *

PESQUISA: MAGNO  MOREIRA

segunda-feira, 26 de abril de 2021

Henfil

 

Henrique de Souza Filho, mais conhecido como Henfil (Ribeirão das Neves, 5 de fevereiro de 1944 — Rio de Janeiro, 4 de janeiro de 1988), foi um cartunista, quadrinista, jornalista e escritor brasileiro. Como outros dois de seus irmãos — o sociólogo Betinho e o músico Chico Mário — herdou de seus pais a hemofilia, distúrbio que impede a coagulação do sangue, fazendo com que a pessoa seja mais suscetível a hemorragias. Henfil cresceu em Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte, onde fez os primeiros estudos, frequentou um curso supletivo noturno e um curso superior em sociologia na Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG, que abandonou após alguns meses. 

Foi embalador de queijos, contínuo em uma agência de publicidade e jornalista, até especializar-se, no início da década de 1960, em ilustração e produção de histórias em quadrinhos A estreia de Henfil como ilustrador deu-se em 1964, quando, a convite do editor e escritor Roberto Dummond, começou a trabalhar na revista Alterosa, de Belo Horizonte, onde criou "Os Franguinhos". 

Em 1965 passou a colaborar com o jornal Diário de Minas, produzindo caricaturas políticas. Em 1967, criou charges esportivas para o Jornal dos Sports, do Rio de Janeiro. Também teve seu trabalho publicado nas revistas Realidade, Visão, Placar e O Cruzeiro. A partir de 1969, passou a colaborar com o Jornal do Brasil e com O Pasquim.[1] Nessas publicações, seus personagens atingiram um grande nível de popularidade. Já envolvido com a política do país, Henfil criou em 1970 a revista Fradim, que tinha como marca registrada o desenho humorístico, crítico e satírico, com personagens tipicamente brasileiros. 

 Com o advento do AI-5 — garantindo a censura dos meios de comunicação, e os órgãos de repressão prendendo e torturando os "subversivos" —, Henfil, em 1972, lançou a revista Fradim pela editora Codecri, que tornou seus personagens conhecidos. Além dos fradinhos Cumprido e Baixim, a revista reuniu a Graúna, o Bode Orelana, o nordestino Zeferino e, mais tarde, Ubaldo, o paranoico.

Henfil envolveu-se também com cinema, teatro, televisão (trabalhou na Rede Globo, como redator do extinto programa TV Mulher) e literatura, mas ficou marcado mesmo por sua atuação nos movimentos sociais e políticos brasileiros. Ele tentou seguir carreira nos Estados Unidos, onde passou dois anos em um tratamento de saúde. Como não teve lugar nos tradicionais jornais estadunidenses, sendo renegado a publicações underground, Henfil escreveu seu livro "Diário de um Cucaracha". 

De volta ao Brasil. ele também fez participação da revista Isto É onde escrevia uma coluna chamada Cartas da Mãe. Após uma transfusão de sangue, acabou contraindo o vírus da AIDS. Ele faleceu vítima das complicações da doença no auge de sua carreira, com seu trabalho aparecendo nas principais revistas brasileiras. Henfil passou toda sua vida a defender o fim do regime ditatorial pelo qual o Brasil passava. Em 1972, quando Elis Regina fez uma apresentação para o exército brasileiro, Henfil publicou em O Pasquim uma charge enterrando a cantora, apelidando-a de "regente" — junto a outras personalidades que, na ótica dele, agradariam aos interesses do regime, como os cantores Roberto Carlos e Wilson Simonal, o jogador Pelé e os atores Paulo Gracindo, Tarcísio Meira e Marília Pêra. Anos mais tarde, o cartunista disse que se arrependia apenas de ter enterrado Clarice Lispector e Elis Regina.

 Os escritos de Henfil eram anotações rápidas. Não eram propriamente crônicas, mas um misto de reflexões rápidas, assim como seus traços ligeiros dos cartuns. Célebres eram suas "Cartas à mãe" — título comum em que escrevia sobre tudo e todos, muitas vezes atirando como metralhadora, usando um tom intimista do filho que realmente fala com a mãe — ao tempo em que criticava o governo e cobrava posições das personalidades. Mesmo seus livros são em verdade a reunião desses escritos, a um tempo memorialistas e de outro falando sobre tudo, sobre a conjuntura política e seu engajamento. Em Diário de um Cucaracha, por exemplo, Henfil narra sua passagem pelos Estados Unidos, onde tentou "fazer a América, sonho de todo latino-americano que se preza" (segundo ele próprio). 

A obra traz um quadro em que o cartunista relata o choque cultural que experimentou, a reação vigorosa do público norte-americano aos seus personagens, classificados como agressivos e ofensivos. Tudo isso escrito em capítulos pequenos, no tom intimista de quem dialoga não com um leitor anônimo, mas com um amigo ou conhecido. No ano de 2009 seu único filho criou o Instituto Henfil. Uma série de cartuns de Henfil que ficou bastante conhecida foi
O Cemitério dos Mortos-Vivos, em que "enterrava" personalidades públicas que, na opinião do cartunista, eram favoráveis a ditadura. Além de empresários, Henfil atacou pessoas como Roberto Carlos, Pelé e Tarcísio Meira. Através de uma parceria entre a ONG Henfil e o Instituto Henfil, as 31 revistas Fradim, publicadas por Henfil entre os anos de 1971 e 1980, serão reeditadas. Alguns exemplares já estão à venda na internet. 

Henfil

A previsão era de que a coleção estivesse completa até o fim do primeiro semestre de 2014. Além das reedições, uma edição foi feita especialmente para o projeto: a edição Número Zero, que resgata os personagens clássicos de Henfil.[Em 2017 foi lançado um documentário dirigido pela cineasta Angela Zoé, sobre a vida, a arte, a interpretação do artista nos dias de hoje, por artistas mais jovens. ada pela última vez às 11h31min de 6 de janeiro de 2021.

PESQUISA: MAGNO MOREIRA

Michel Foucault

 

Michel Foucault (pronúncia em francês: ​[miʃɛl fuko]); Poitiers, 15 de outubro de 1926 — Paris, 25 de junho de 1984) foi um filósofo, historiador das ideias.

 Mais do que a teoria do poder, Foucault propões regras ou cautelas metodológicas. Diferentemente das concepções correntes, Foucault pretende explicar o poder sem o rei como sua fonte e natureza.

                        PESQUISA: MAGNO MOREIRA/ 2021

quinta-feira, 22 de abril de 2021

A tropicália

 

O Tropicalismo foi um movimento de ruptura que sacudiu o ambiente da música popular e da cultura brasileira entre 1967 e 1968. Seus participantes formaram um grande coletivo, cujos destaques foram os cantores-compositores Caetano Veloso e Gilberto Gil, além das participações da cantora Gal Costa e do cantor-compositor Tom Zé, da banda Mutantes, e do maestro Rogério Duprat. A cantora Nara Leão e os letristas José Carlos Capinan e Torquato Neto completaram o grupo, que teve também o artista gráfico, compositor e poeta Rogério Duarte como um de seus principais mentores intelectuais. Os tropicalistas deram um histórico passo à frente no meio musical brasileiro. A música brasileira pós-Bossa Nova e a definição da “qualidade musical” no País estavam cada vez mais dominadas pelas posições tradicionais ou nacionalistas de movimentos ligados à esquerda. 

Contra essas tendências, o grupo baiano e seus colaboradores procuram universalizar a linguagem da MPB, incorporando elementos da cultura jovem mundial, como o rock, a psicodelia e a guitarra elétrica. Ao mesmo tempo, sintonizaram a eletricidade com as informações da vanguarda erudita por meio dos inovadores arranjos de maestros como Rogério Duprat, Júlio Medaglia e Damiano Cozzela. Ao unir o popular, o pop e o experimentalismo estético, as idéias tropicalistas acabaram impulsionando a modernização não só da música, mas da própria cultura nacional. 

Seguindo a melhor das tradições dos grandes compositores da Bossa Nova e incorporando novas informações e referências de seu tempo, o Tropicalismo renovou radicalmente a letra de música. Letristas e poetas, Torquato Neto e Capinan compuseram com Gilberto Gil e Caetano Veloso trabalhos cuja complexidade e qualidade foram marcantes para diferentes gerações. Os diálogos com obras literárias como as de Oswald de Andrade ou dos poetas concretistas elevaram algumas composições tropicalistas ao status de poesia. Suas canções compunham um quadro crítico e complexo do País – uma conjunção do Brasil arcaico e suas tradições, do Brasil moderno e sua cultura de massa e até de um Brasil futurista, com astronautas e discos voadores. 

Elas sofisticaram o repertório de nossa música popular, instaurando em discos comerciais procedimentos e questões até então associados apenas ao campo das vanguardas conceituais. Sincrético e inovador, aberto e incorporador, o Tropicalismo misturou rock mais bossa nova, mais samba, mais rumba, mais bolero, mais baião. Sua atuação quebrou as rígidas barreiras que permaneciam no País. Pop x folclore. Alta cultura x cultura de massas. Tradição x vanguarda. Essa ruptura estratégica aprofundou o contato com formas populares ao mesmo tempo em que assumiu atitudes experimentais para a época. Discos antológicos foram produzidos, como a obra coletiva Tropicália ou Panis et Circensis e os primeiros discos de Caetano Veloso e Gilberto Gil. 

Enquanto Caetano entra em estúdio ao lado dos maestros Júlio Medaglia e Damiano Cozzela, Gil grava seu disco com os arranjos de Rogério Duprat e da banda os Mutantes. Nesses discos, se registrariam vários clássicos, como as canções-manifesto “Tropicália” (Caetano) e “Geléia Geral” (Gil e Torquato). A televisão foi outro meio fundamental de atuação do grupo – principalmente os festivais de música popular da época. A eclosão do movimento deu-se com as ruidosas apresentações, em arranjos eletrificados, da marcha “Alegria, alegria”, de Caetano, e da cantiga de capoeira “Domingo no parque”, de Gilberto Gil, no III Festival de MPB da TV Record, em 1967. Irreverente, a Tropicália transformou os critérios de gosto vigentes, não só quanto à música e à política, mas também à moral e ao comportamento, ao corpo, ao sexo e ao vestuário. 

A contracultura hippie foi assimilada, com a adoção da moda dos cabelos longos encaracolados e das roupas escandalosamente coloridas. O movimento, libertário por excelência, durou pouco mais de um ano e acabou reprimido pelo governo militar. Seu fim começou com a prisão de Gil e Caetano, em dezembro de 1968. A cultura do País, porém, já estava marcada para sempre pela descoberta da modernidade e dos trópicos.



POR TROPICÁLIA.COM.BR

segunda-feira, 19 de abril de 2021

Murrow, Jornalismo: Entre a verdade e o poder

 

O mestre de cerimônia e diretor da CBS anuncia o homenageado que, detrás das cortinas, dá o último trago no cigarro, revisa seu discurso e é recebido no palco com aplausos de seus colegas de profissão e convidados. Ele começa: “Haverá alguém que isso não lhe fará bem. Ao final deste discurso alguém poderá acusar-me de sujar meu próprio ninho e a Associação pode ser acusada de dar abrigo a ideias heréticas e inclusive perigosas (…). 

É meu desejo e minha obrigação falar-lhes com franqueza sobre o que ocorre no rádio e na televisão. E se o que digo é conjetura eu sou o único responsável por tê-lo dito.” [Todas as citações foram traduzidas do filme citado, na versão em espanhol. Assim, pode ser que na versão em português, a tradução não esteja igual, já que vem direto da versão original, em inglês]. 

 Assim começa Edward R. Murrow (David Strathairn) seu discurso na festa de homenagem promovida pela rede de televisão CBS a ele mesmo. E assim começa também o filme Boa noite e boa sorte (2005), dirigido por George Clooney, que aborda a série de programas que o jornalista e apresentador de televisão dedicou para denunciar, desmascarar e esclarecer aos telespectadores e a opinião pública sobre as técnicas de investigação do senador Joseph McCarthy, naquilo que ficou conhecido como “macarthismo”. 

 O macarthismo foi um movimento de investigação anticomunista, de perseguição política e que infringiu os direitos individuais dos norte-americanos, principalmente após o período do pós-guerra. Esse “movimento” era liderado pelo dito senador e usava técnicas agressivas e de ameaças, perseguindo a todos que alguma vez chegaram a ter contato com algum tipo de “instituição” dita comunista. A esse movimento também chamam de “caça às bruxas”, especialmente contra atores e artistas em geral, que durante a Segunda Guerra apoiaram a união dos Estados Unidos com a então União Soviética, formando assim o “eixo Aliado”. 

Entre tais artistas perseguidos estava Charles Chaplin, devido à sua visão política mais à esquerda e, por isso, a comissão de investigação liderada por McCarthy o acusou de atividades “antiamericanas”. Tais investigações tinham a colaboração do FBI e, assim, exilaram Chaplin dos Estados Unidos em 1952. O auge do macarthismo, logo seus abusos aos direitos individuais, alcançou 1953 e Edward R. Murrow, um já notável jornalista e apresentador à época, resolveu confrontar e denunciar o poderoso senador com uma série de reportagens e, assim começou a era da televisão com um embate entre Jornalismo e Poder, na qual já em 1958, ano do discurso que iniciamos o texto, 

Murrow cobra que a televisão deve ser um instrumento de transformação e não somente um aparato cheio de cabos. Murrow, nesse momento trata do caráter de entretenimento que a TV começa a ganhar de maneira forte e que isola os cidadãos da realidade. Ele cobra a sua própria empregadora e a critica por não ser um instrumento clareador de ideias, com uma função social de formação e não somente de informação. “Nossa história será a que nós queiramos. E se haverá historiadores dentro de 50 ou 100 anos e se conservarem os cinescópios de uma semana das três redes, encontrarão gravadas em branco e preto e colorido provas de decadência, escapismo e isolamento da realidade do mundo que nos rodeia.” Boa noite e boa sorte traz a velha questão da vigilância que o ‘quarto poder’ deve exercer sobre os outros três. E a série de programas elaborados por eles vão defender o cidadão comum de uma espécie de CPI que investiga todo tipo de pessoa independente do seu status quo. O filme de Clooney chega até a ser saudosista e nos leva, jornalistas mais jovens, a sonhar com um era romântica da nossa profissão, na qual os ideais eram o que movia os profissionais. A verdade se não absoluta era, buscávamos que fosse. Além disso, vem o clichê da vida boêmia dos jornalistas. A máquina de escrever sobre a mesa, o cigarro no canto da boca. 

O que encanta em Boa noite e boa sorte é a luz ou a falta dela. O preto e o branco característico dos anos 1950. De jornalistas, repórteres e diretores muito bem trajados, alinhados. Gel no cabelo e aquela força, digamos poder, que a profissão carrega ou carregava. 

Um glamour que com as novas tecnologias talvez não exista. A realidade é que os filmes norte-americanos talvez abordem o jornalismo como a sociedade o enxerga naquele país. Uma instituição que carrega, ou deveria, a busca da verdade consigo e não uma profissão de seres onipotentes ou sensacionalistas como os personagens das novelas brasileiras são apresentados. 

Não tanto ao céu e nem tanto ao inferno. Nelson Traquina (ler aqui) já questionou e justificou “a perda do quarto poder” e, a imagem ou a ideia de exercer poder traiu muitos profissionais e meios de comunicação. Essa teoria estava contida no cerne da profissão e que nos “presenteou” como mandamento número 1, porque não cravado em uma pedra, o “dever de contar a verdade”. 

E a liberdade que nos foi concedida constitucionalmente não devia ser usada em nosso próprio proveito, mas como um direito do público em ser informado por diversos canais e pontos de vistas. E Boa noite e boa sorte nos devolve isso, durante cerca de 1h30 minutos de duração. Em uma das passagens, na série de programas dedicados contra o senador McCarthy, Edward R. Murrow vai afirmar que: “É necessário investigar antes que legislar, mas a linha entre investigar e perseguir é muito fina e o senador de Wisconsin a cruzou repetidamente. 

Não devemos confundir discrepância com deslealdade.” O que Murrow solicita ao senador e tenta expandir para a opinião pública é que, um país democrático deve ter a diversidade de opiniões sem que isso seja alvo de deslealdade. Murrow não defendia o comunista, somente exigia o direito dos cidadãos que o faziam em ter o direito de fazê-lo sem ser acusados de traição. Em plena a Guerra Fria, o jornalista da CBS defendia que os americanos maduros podiam discutir e conversar com os comunistas de qualquer parte do mundo, sem se contaminar e que isso deveria se manter no campo das ideias e não da coerção. 

 Edward R. Murrow talvez tenha aberto, na era digital, a via do jornalismo como combate ao poder político e anos depois teremos o maior embate entre essas duas forças, jornalismo e poder político, na qual a verdade da informação, a verificação e a liberdade de imprensa combateu e ‘derrotou’ o poder político, no caso Watergate.


Conteúdo: Observatório da Imprensa (observatoriodaimprensa.com.br)



                               PESQUISA: MAGNO MOREIRA