O resto são sais de enxofre, magnésio, cálcio e potássio, entre outros. O sal é um dos fatores que determinam a movimentação das correntes marítimas – os outros são a temperatura e os ventos. A água do mar com menos sal (menos densa) corre sobre a água com mais sal (mais densa). “Se toda a água fosse doce, provavelmente haveria menos movimentação nos oceanos”, afirma o oceanógrafo Belmiro de Castro Filho, da USP. E daí?
O problema é que o Sol aquece a Terra principalmente pela região do Equador. São os ventos e as correntes marítimas que distribuem o calor para os pólos – e o frio para o Equador. A corrente do Golfo (quente), por exemplo, garante que a Inglaterra não seja um bloco de gelo. E a corrente do Peru (fria) permite a boa pesca no litoral do Chile. Com as correntes mais fracas, as zonas frias seriam mais frias e as quentes, mais quentes. Haveria também mais geleiras.
“O clima geral da Terra ficaria mais frio e seco”, diz a pesquisadora Leila de Carvalho, do Instituto de Astronomia e Geofísica da USP. Isso porque o gelo reflete diretamente a radiação solar – e a Terra é aquecida pelos raios absorvidos pelo solo e pela água. Um consolo nisso tudo: a ecologista Gisela Shimizu, da USP, acha que o frio, por obrigar as pessoas a ficar em casa sem ter o que fazer, poderia estimulá-las a exercitar a criatividade. Quem sabe, vivendo num planeta mais gelado, o homem pensasse mais.
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