Resultado de imagem para george orwell jornalismo
Uma casa sem livros é como um corpo sem alma., Cícero

Resultado de imagem para jards macalé
Resultado de imagem para gif animated sports
Resultado de imagem para surrealismo vladimir kush SALVADOR DALI
Resultado de imagem para contracultura
Resultado de imagem para surrealismo salvador dali
Resultado de imagem para feliz ano velho livro
Resultado de imagem para THE END

Resultado de imagem para RATO GUITARRA

Resultado de imagem para gif animado livro aberto

Resultado de imagem para chaplinResultado de imagem para chaplin


quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

PEQUENA FÁBULA Franz Kafka

PEQUENA FÁBULA Franz Kafka/ tradução de Modesto Carone  
Resultado de imagem para gato rato kafka
“Ah”, disse o rato, “o mundo torna-se a cada dia mais estreito. A princípio era tão vasto que me dava medo, eu continuava correndo e me sentia feliz com o fato de que finalmente via à distância, à direita e à esquerda, as paredes, mas essas longas paredes convergem tão depressa uma para a outra, que já estou no último quarto e lá no canto fica a ratoeira para a qual eu corro.” — “Você só precisa mudar de direção”, disse o gato e devorou-o. * * * * * * * 
Resultado de imagem para gato rato kafka
Tão vasto o mundo… muitas possibilidades de vivê-lo… mas… como vivê-lo? A resposta parece angustiante, e — talvez — inalcançável. 
Resultado de imagem para gato misterioso

Para Kafka, ela nem existe ou, se existe, assim como a esperança, não existe para o Homem: “há esperança, mas não para nós”. O ratinho da fábula, portanto, é o Homem; as paredes, a Razão. Expliquemos, antes que o leitor entenda erradamente a conclusão do raciocínio já exposta. A Razão ajuda a delimitar, até um certo ponto, os nossos atos de vida; inspira confiança. Contudo a vida (eis a nossa descoberta!) já é delimitada por forças incompreensíveis. Assim, a Razão não é mais que a compreensão dessas forças (paradoxal verdade!). O ratinho parece saber a direção de seu caminho: a ratoeira (ratoeira — possível morte). 

Resultado de imagem para gato misterioso
O gato é o mistério — o sem sentido, o absurdo, o inexplicável — na narrativa (para os místicos, já é um animal misterioso por natureza). Aconselha o rato a mudar de direção, sem, contudo, dar a ele a oportunidade de mudar. Talvez o rato já tivesse tido, sem saber, essa oportunidade; talvez o gato tivesse ironicamente justificado o seu conselho devorando o rato (garantindo, aliás, a sua alimentação e, estranhamente, cumprindo o seu instinto de sobrevivência). No universo kafkiano, portanto, nada é explicável; tudo é, em silêncio, imenso e assustador… Não há resposta… E nunca haverá… “O silêncio eterno desses espaços infinitos me apavora” (Pascal).

Nenhum comentário:

Postar um comentário