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terça-feira, 6 de dezembro de 2016

CAIXA DE PÁSSAROS, DE JOSH MALERMAN

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Romance de estreia de Josh Malerman, Caixa de pássaros é um thriller psicológico tenso e aterrorizante, que explora a essência do medo. Uma história que vai deixar o leitor completamente sem fôlego mesmo depois de terminar de ler. Basta uma olhadela para desencadear um impulso violento e incontrolável que acabará em suicídio. Ninguém é imune e ninguém sabe o que provoca essa reação nas pessoas. 

Quatro anos depois de tudo ter começado, restaram poucos sobreviventes, incluindo Malorie e seus dois filhos pequenos. Morando numa casa abandonada próxima ao rio, ela sonha há tempos em fugir para um local onde sua família possa ficar em segurança. Mas a jornada que têm pela frente será assustadora: 32 quilômetros rio abaixo em um barco a remo, vendados, contando apenas com a inteligência de Malorie e os ouvidos treinados das crianças. Uma decisão errada e eles morrem. E ainda há alguma coisa os seguindo. Será que é um homem, um animal ou uma criatura desconhecida? 

  Não abra os olhos. 

 Caixa de Pássaros é o romance de estreia de Josh Malerman, cantor e compositor da banda de rock High Strung. Li muitas críticas sobre este livro, muitas positivas, outras nem tanto. Mas se tem algo que me chamou a atenção para este livro é sua premissa. Minhas expectativas sobre ele estavam bem altas, e ao ler o livro fui surpreendida com algo diferente do que esperava. Tudo o que imaginei ou concebi antes de começar a leitura foram por terra, e me vi diante de algo que não imaginava. E, antes de prosseguir com a resenha lhe faço a seguinte pergunta: "O que lhe dá medo?". Com certeza você pode me responder uma infinidade de coisas: tem medo de barata, de cobra, de dormir no escuro, de monstros, etc. Mas e se o seu medo, se o que lhe tira o sono, se o que você mais teme não pudesse ser visto? E se o que você mais teme não tivesse uma forma, um rosto, um cheiro? E se o que você mais teme fosse algo desconhecido? "- Seja o que for - continua Tom -, nossas mentes não conseguem entender. Pelo que parece, as criaturas são como o infinito. Algo complexo demais para nossa cabeça. Sabe?" E este é o verdadeiro terror que Malerman explora em seu livro. 


O medo do desconhecido, do inimaginável, do que não podemos ver mas sabemos que está lá! O terror em seu livro é muito mais psicológico e traz tensão do início ao fim. Por isso, se você espera um terror cheio de "ação" e "muito sangue", talvez vá se decepcionar um pouco com o livro. Mas, dada a proposta do autor, ele conseguiu transmitir com perfeição o que desejava. Caixa de Pássaros tem sua história narrada em terceira pessoa acompanhando Malorie no presente e a quatro anos atrás, quando "O Problema" - como chamam os surtos - teve início. Os capítulos são alternados entre estes dois pontos da narrativa, em que em determinado momento convergem para o grand finale. 



O interessante é o modo como o autor explorou esta narrativa alternada em dois tempos, pois já sabemos, de certa forma, o que vai acontecer, mas nem por isso o suspense é quebrado. De muitas formas Malerman conseguiu incutir um clima pesado e tenso de um terror que vai se infiltrando pelas beiradas, assombrando com barulhos e sensações. Tudo começou com rumores. Um incidente aqui e ali. Pareciam ser casos isolados, afinal a loucura sempre atingiu a humanidade, e vemos casos insanos o tempo todo na TV. Mas então, estes casos começam a ganhar mais e mais força, espalhando-se por vários pontos do planeta, de formas muito semelhantes. Não poderia ser coincidência. A pessoa tem uma acesso de loucura, de raiva, ataca quem estiver próximo e depois se mata. As mortes são horríveis e inimagináveis. E aparentemente o surto começa quando a pessoa vê alguma coisa. Ninguém sabe dizer o quê, afinal quem viu está morto agora. 

"É um blecaute, pensa Malorie. O mundo, o exterior, está sendo desligado." 


As pessoas começam a não sair mais de casa. Os mais sensatos cobrem janelas com lençóis escuros, tábuas, papelão. Com o tempo as autoridades somem; TV e internet não funcionam mais; há apenas um locutor que ainda resiste no rádio; não há luz nem telefone. E há apenas escuridão. Não há mais como olhar para o exterior, não há mais como sair sem estar vendado ou de olhos fechados. Não há mais como viver sem medo de abrí-los e ver algo que não deveria estar lá fora, espreitando, esperando. O que seriam estas coisas que traziam loucura para quem os olhasse? Uma loucura, uma insanidade terrível capaz de destruir a vida? Criaturas? Monstros? "Criaturas. Malorie nunca gostou desta palavra. De alguma forma parece errada. Acha que as coisas que a assombram há mais de quatro anos não são criaturas. Uma lesma de jardim é uma criatura. Um porco-espinho também. Mas o que se esgueira por trás das janelas cobertas e a manteve vendada não é do tipo que um exterminador de pestes poderia matar." Há quatro anos atrás Malorie vai até uma casa e ali encontra abrigo junto a um grupo de pessoas. Entre estas pessoas está Tom, um ex professor que se tornou uma espécie de líder e de alicerce para os outros sobreviventes da casa. Em uma mistura de suspense psicológico e drama o autor nos mostrou todas as facetas dos personagens, e como a ruína do mundo exterior os estava afetando. A tensão no livro não se deve apenas ao medo do que está lá fora, mas o medo da fome, da insanidade se infiltrando aos poucos na mente de cada um deles. É difícil manter a mente sã quando tudo o que se pode fazer é ficar preso dentro de uma casa com cobertores cobrindo as janelas. Com medo de olhar por qualquer fresta e perder a vida. Ter que se cegar para o mundo exterior. "Ela imagina a casa como se fosse uma grande caixa. Quer sair daquela caixa [...] O planeta inteiro está trancado nela. O mundo está confinado à mesma caixa de papelão que abriga os pássaros lá fora. [...] Encaixotados, pensa. Para sempre." Achei o desenvolvimento da história sensacional, assim como o desenvolvimento dos personagens. A narrativa de Malerman me prendeu de uma forma tão intensa, que eu me senti presa àquela caixa de pássaros, me debatendo, chilreando, querendo sair. Me senti vendada, angustiada por não poder ver, por não poder enxergar, por não entender. Para aqueles que tem um pouco mais de medo de livros de terror, acho que Caixa de Pássaros é uma boa dica de leitura, pois, como disse anteriormente, o terror é psicológico, nem tanto visual. Mas, sim, há cenas no livro que me arrepiaram. São poucas cenas mais explícitas de terror, mas foram colocadas na medida certa, a meu ver. E são sensacionais! Mostram toda a insanidade e loucura deste novo mundo. O autor também mostra em seu livro que muitas vezes a ameaça pode ser o próprio ser humano e sua mente. 

O homem é a criatura que ele teme. 

 Um ponto que pode deixar muitas pessoas decepcionadas é a falta de alguns pingos nos is. A falta de explicação para uma das principais perguntas do livro pode frustrar bastante quem espera por ela. Então, se você é do tipo que adora um livro que tem uma história bem amarradinha, e não deixa nada para a imaginação do leitor, recomendo que leia este livro com mais cautela e não vá com tanta sede ao pote. Agora, do meu ponto de vista, eu simplesmente adorei o livro como um todo. Mesmo este detalhe da falta de explicação. Olha, eu sou justamente destas leitoras que odeiam chegar ao final de um livro ou filme sem ter minhas dúvidas sanadas, acreditem! Mas Caixa de Pássaros não é o tipo de livro para ter explicações. De verdade, eu achei perfeito assim. Primeiro, temos que ter em mente que os personagens, principalmente Malorie, a qual conduz a história, não sabe o que está acontecendo. A história é voltada para os personagens, para o que eles passam, para como vivem e sobrevivem, e como convivem com o terror diário. Não havia ali, a meu ver, uma maneira de uma explicação surgir do nada e esclarecer tudo. Sorry, esta é a realidade. Afinal, como explicar algo que não se pode ver? Como explicar algo que só se pode ouvir, sentir? Enfim... Eu nem sei mais o que dizer. Sério. De alguma forma eu esperava gostar muito do livro, mas não imaginava que iria gostar da forma como ele mexeu comigo. Adoro livros de terror, mas gosto mais ainda quando mexem com minha "sanidade". Caixa de Pássaros foi este tipo de livro para mim. 

De alguma forma este terror que se esgueira atrás de janelas, que espreita e espera, que ameaça de forma indireta foi muito mais terrível do que ver algo explícito. De alguma forma este terror mexeu muito mais comigo, me fez fechar os olhos de noite, após a leitura, e ter receio de abrir os olhos e ver uma destas "criaturas". Uma dica para quem gostou do filme Fim dos Tempos do diretor M. Night Shyamalan, talvez vá gostar deste livro. 
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Em alguns aspectos me lembrou um pouco do filme, apesar do livro ser mais brutal e oprimente. Caixa de Pássaros é sim um ótimo livro de suspense psicológico, com uma pitada de terror e muita tensão. É um livro que explora o medo de uma forma visceral, crua, expondo tudo o que há de mais primitivo no ser humano. É um livro para ler em uma sentada só, eu mesma não conseguia largar a leitura, ansiosa pelo desfecho. Que me fez prender o fôlego até o final. Se eu gostei? Gostei sim, e muito!

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