Pífano, pífaro e pife. Um instrumento de influência indígena feito de taboca (espécie de bambu) com sete orifícios, um para soprar e seis para dedilhar. Também confeccionados em canos de PVC ou de metal. É difícil acreditar como um instrumento tão simples é capaz de produzir uma música tão rica e bela, animar festas, procissões e ainda ser o sustento de muitos músicos no nordeste e em outras regiões como no Vale do Jequitinhonha – MG. Mas é no nordeste onde se concentra a maior tradição das bandas de pífano.
São verdadeiros patrimônios imateriais da musicalidade brasileira. Conhecidas também como zabumba, cabaçal, esquenta muié, terno de pífanos, tem nas suas formações músicos intuitivos. Geralmente, os pifeiros fazem seus próprios instrumentos e os vendem. João do Pife da Banda Dois Irmãos afirma: “Eu faço pife, toco pife, vendo pife, como o dinheiro do pife e depois de velho fico pifado”. Disse o sanfoneiro Dominguinhos: “De tanto ver as bandinhas de pife, seu Luiz Gonzaga (O Rei do baião) se inspirou para criar essa formação do forró pé de serra, sanfona, zabumba e triangulo”.
O som desses instrumentos também influenciou compositores e arranjadores brasileiros, como Quinteto Violado, Hermeto Pascoal, Xangai, Egberto Gismonti, Geraldo Azevedo, Naná Vasconcelos, Orquestra Armorial, Antúlio Madureira, Carlos Malta e Pife Muderno, entre outros. Mas foram as pesquisas tropicalistas do músico Gilberto Gil que deram visibilidade nacional as bandas de pífano em particular a Banda de Pífano de Caruaru. Pensando neste universo musical, o projeto Tocando Pífanos tem realizado encontros de bandas de pífanos de origens, musicalidades, performances e características diferentes, com acesso gratuito a população e outros representantes desta cultura tradicional.
De acordo com estudiosos , há registro do pífano entre o povo hebreu da Planície do Sinai. , no período da narrativa do "Antigo Testamento bíblico".
Nenhum comentário:
Postar um comentário