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sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Israel e os Judeus no mundo

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Paradoxalmente, mesmo após a criação do Estado de Israel, há meio século, continua a polêmica sobre as características e atributos que definiriam os judeus. Abandonou-se o conceito de raça, mas não foi possível estabelecer um consenso: seria um grupo étnico, uma nacionalidade, uma religião, ideologia ou estilo de vida? Apenas um terço dos judeus no mundo vive em Israel, e mesmo aqueles que optaram pela Terra Santa como lar, não compartilham da mesma cultura. Uma minoria, embora crescente, considera a religião como seu atributo cultural mais importante, entre estes, a ala mais extremista e fundamentalista, com claras aspirações hegemônicas, ocupa uma posição forte e militante.
Tomando em consideração a extensão - embora em novos espaços geográficos e políticos - da Diáspora e os tênues laços de solidariedade que ligam as diversas comunidades espalhadas pelo mundo, a definição mais apropriada para o povo judeu talvez seja a de “uma comunidade do destino”. Destino esse marcado pela História, remota e recente, que teve como corolário a criação do Estado de Israel. A continuidade das tendências centrífugas da Diáspora, reforçadas pelo êxodo de centenas de milhares de jovens israelenses, deixa patente a necessidade de se redefinir as relações entre Israel e a Diáspora, a fim de manter a coesão e solidariedade, vitais para a sobrevivência.
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Importa reconhecer que um dos fatores essenciais para a travessia de séculos de trevas e obscurantismo foi a tolerância para com os “outros”, que paulatinamente permeou os espíritos e normas legais das sociedades ocidentais a partir do Iluminismo e contribuiu decisivamente para a adaptação e integração dos judeus às sociedades modernas.
A lição a ser extraída da trajetória dos judeus, sobretudo no século passado, é o imperativo de tolerância mútua que leva à cooperação e fortalece os laços de solidariedade - interna e externa. Em outras palavras, o destino do povo judeu parece inextricavelmente ligado ao futuro da democracia, único sistema a conferir liberdade ao indivíduo, com base nos Direitos Humanos e nas responsabilidades da cidadania.
                 Por  Abdel Latif Hasan Abdel Latif, palestino, médico.
ISIS: A estratégia sionista para fragmentar o Mundo Árabe

                        Anti-semitismo é um termo inexato para descrever  a perseguição sofrida por judeus na Europa, em especial durante o século XIX.

                        O termo é inexato porque a maioria dos judeus na Europa são descendentes de convertidos aos judaísmo no século IX e X. e principalmente dos khazares.

                         Os Khazares constituíam  um império de tribos turcas na Ásia central e Rússia, que adotou o judaísmo como religião oficial do império, dando origem à população judaica na Europa oriental, em especial Rússia e Polônia.

                        A perseguição contra judeus na Europa foi motivada por  questões religiosas, políticas e  sobretudo econômicas.

                        A situação atual modificou-se de forma radical.

                        Os judeus gozam de situação privilegiada em termos econômicos, culturais e políticos.  Não  sofrem restrições  de acesso a postos importantes e cobiçados.

                        Hoje, são os palestinos, árabes e muçulmanos, as grandes vítimas da perseguição, discriminação e massacres nas mãos dos novos anti-semitas – os “sionistas” e  simpatizantes.

                        Enquanto muitos estudiosos questionam a origem semita dos atuais judeus, não há dúvida alguma de que os árabes (gênero)  e  os palestinos (espécie)  são povos semitas, que nunca abandonaram sua terra, muito menos sua história na região.

                        O Estado sionista não apenas ocupou a Palestina Histórica e expulsou a maioria do seu povo desde 1948, mas discrimina os palestinos que continuam vivendo em suas casas e terras no que é hoje conhecido como Israel.

                        Exemplo disso  é uma declaração recente feita por centenas de rabinos israelenses. O “decreto” religioso proíbe aluguel  ou venda de casas para cidadãos árabes que vivem em Israel e ameaça aqueles que violarem essa ordem de serem isolados “excomungados”  e   punidos.

                        Segundo a bula religiosa, “qualquer um que venda ou alugue casa para árabes causa grande prejuízo aos judeus, uma vez que os goym tem estilo de vida diferente  do nosso e o objetivo deles é nos prejudicar sempre”.

                        Até hoje, mais de trezentos rabinos influentes em Israel assinaram o decreto.

                        O chefe do movimento, rabino Shmuel Eliahu, da cidade de Safad, é conhecido por suas declarações e posições racistas contra a minoria palestina em Israel.

                        O que causou o movimento do rabino é a presença de alguns alunos árabes,  que estudam em uma faculdade local e são vítimas de agressões racistas diárias por parte  da comunidade judaica da cidade.

                        A solução encontrada pelos religiosos judeus é proibir os árabes de morar na cidade.

                        Vale lembrar que Safad é uma cidade palestina, construída pelos cananitas, há três mil anos e seu nome em aramaico significa Fortaleza. Situa-se  no litoral  norte da Galiléia.

                        No  século XVI, um pequeno grupo de judeus religiosos, fugindo da perseguição na Espanha e em Portugal, após a expulsão dos árabes  da Andaluzia, instalou-se na cidade. Eles viviam em harmonia e paz com os árabes-palestinos da cidade até  o início do século XX.

A chegada dos novos imigrantes sionistas, com a intenção de expulsar os nativos e criar um Estado exclusivo para os judeus em toda Palestina,  deu início a um novo capítulo na História da cidade e da região.

Safad foi ocupada no início de maio de 1948 por forças militares isarelenses, poucos dias antes da criação do Estado judeu.

Sua população árabe-palestina foi expulsa e suas casas foram destruídas. A população de várias aldeias circunvizinhas  foi massacrada, como por exemplo, as aldeias de Saasa, Ein Zeitun e várias outras localidades.

Nas ruínas dessas aldeias, os sionistas construíram fazendas para os imigrantes judeus recém-chegados, parques nacionais ou simplesmente deixaram a terra abandonada.

Safad, hoje, é uma cidade totalmente judaica. Os árabes nativos da região não apenas foram expulsos e proibidos de retornar a suas terras, mas são proibidos de comprar ou alugar casas  e terras na cidade.

Para os religiosos judeus, a proibição baseia-se  no Torah.  Dizem que no Torah está escrito que “Deus  deu a terra de Israel  ao povo de Israel. O mundo é tão grande e Israel tão pequena, mas todos a cobiçam. Isso é injusto”. São as palavras do rabino Yusef Sheinin, um dos líderes do movimento.

A “justiça” desse rabino é estranha. Ele prega não apenas expulsar um povo de sua pátria, mas discriminar a  minoria desse povo que ainda vive na sua terra.

O que o mundo não deve aceitar e permitir é  uma “justiça” desse naipe, que ainda usurpa o nome de Deus para encobrir práticas de ódio.

Outro rabino do assentamento Beit Il, dentro dos territórios palestinos ocupados desde 1967,   líder do movimento  Gush Emunin, Shlomo Aviner, declarou que “os árabes são 25% dos cidadãos de Israel e não devemos permitir que criem raízes aqui”.

Os palestinos não precisam criar raízes na terra, porque suas raízes são a própria terra. A cidade de Safad é exemplo disso: uma cidade cananita milenar, com nome aramaico (Aram = Síria) e alma árabe, onde viviam antes da invasão dos sionistas, muçulmanos e cristãos e judeus, em um mesmo espaço, com respeito e harmonia.

Os sionistas transformaram Safad em um gueto.

Colonos,  que enfrentam dificuldades em criar laços com a terra e os povos onde vivem , falando de  raízes,  é  pura hipocrisia.

A bula dos rabinos de Israel mostra a crise que uma sociedade racista e colonialista enfrenta para se afirmar e auto-definir.

O racismo, discriminação, expansionismo e militarismo são instrumentos indispensáveis não apenas para construir essas comunidades coloniais, como também para mantê-las.

A discussão sobre  o decreto religioso envolveu vários setores da sociedade israelense: religiosos e seculares, da esquerda e  da direita. Os rabinos ditos  moderados emitiram opinião que se mostrou tão racista  quanto à  dos extremistas.

Um dos rabinos considerados moderados, Haim Drucman, tentou amenizar os efeitos das declarações dos rabinos favoráveis aos pogroms contra os palestinos dentro de Israel.

Segundo Drucman, “é necessário diferenciar entre árabes leais ao Estado Judeu e árabes não confiáveis”. “Os primeiros devem ter direitos e devem ser tratados de forma diferente, mas os outros devem ser expulsos”.  O rabino não explicou como ser leal a um Estado,  que exclui e se  define como não seu, exclusivo de outro grupo.

A minoria árabe-palestina do Estado judeu (25%) é considerada uma ameaça, “a bomba demográfica” e a única solução, segundo muitos políticos sionistas é a expulsão dos palestinos.

Israel não é Estado de  todos os seus cidadãos, como qualquer outro Estado normal do mundo, mas Estado de uma parcela da população, cidadãos judeus. Os árabes em Israel são cidadãos de terceira categoria, tratados como estrangeiros na sua própria terra,  e  temem a toda hora  serem expulsos de suas casas.

O que Israel quer de fato é  a redefinição de conceitos humanos básicos, como liberdade, direitos humanos, cidadania, igualdade e fraternidade.

A ideologia sionista pode ser definida como nazi-sionista, uma vez que baseia-se nos mesmos fundamentos nazistas da pureza racial e mito da supremacia e separação total entre grupos  e etnias diferentes. O decreto do rabinato é irmão das leis de Nuremberg.

Em um artigo publicado no jornal Israel Hoje, em 13/12/2010, a jornalista Amona Alon, sugeriu que é obrigação de Israel mostrar ao mundo que a desigualdade não é discriminação, mas apenas reflexo de diferenças entre povos diferentes. Os brancos da África do Sul não foram tão longe.

Segundo a jornalista, as medidas tomadas por Israel,  para  forçar seu caráter de exclusividade judaica, são necessárias e justificáveis, mesmo contrariando os ideais liberais. O que a jornalista sugere é que os judeus em Israel tem direitos que os não judeus não  podem ter.  Fim da isonomia. Sua lógica é distorcida, racista, retrógrada e oportunistas, já que certamente se qualquer outro Estado tomasse essas medidas discriminatórias contra os seus cidadãos judeus, seria acusado de  crime, racismo, perseguição anti-semita.

Em resumo, a lógica israelense  se funda nas seguintes asserções:

1º Tenho direito de ser racista e o mundo deve  aceitar isso, porque é a  maneira  da minha auto-afirmação;

2º É direito meu praticar a discriminação contra os árabes cidadãos de Israel, porque  é  a única forma de manter o caráter de exclusividade judaica do Estado.

3º É meu direito viver em guerra permanente, já que é a garantia da minha existência, porque a paz  verdadeira  é justa e isso representa ameaça a meus privilégios.

4ª Matar e causar sofrimento é a única maneira encontrada por Israel para sobreviver, já que precisa subjugar a população nativa, para manter seus privilégios.


Isso não é lógica, isso é patológico!  Essas  anomalias e taras ameaçam o mundo

Durante a maior parte da história moderna, o Judaísmo europeu teve seu centro cultural e espiritual nos países da Europa Oriental. Vivendo sob regimes de discriminação e, não raras vezes, de perseguição, os judeus conseguiram desenvolver um rico patrimônio cultural que - junto com as conquistas da Emancipação, do Iluminismo e os direitos políticos obtidos em conseqüência da Revolução Francesa - constituíram os pilares e o manancial do Judaísmo moderno, até o cataclismo do Holocausto.
É no século vinte, com a emigração em massa para o Novo Mundo e, particularmente, entre as duas grandes guerras, que o Judaísmo norte-americano passou a ocupar uma posição de liderança, imprimindo sua visão pragmática e valores calcados na cultura norte-americana dentro das organizações representativas da coletividade judaica mundial. O peso do crescimento demográfico, da afluência econômico-financeira e os valores políticos conservadores, aliados a um estilo de vida e filosofia ancorados em um empirismo estreito e positivista reforçado pelo sucesso nos negócios, marcaram profundamente o perfil e a atuação das organizações judaicas no mundo. Tornando-as também dependentes das contribuições financeiras e do “lobby“ dos judeus junto à Casa Branca e ao Congresso norte-americano. 
As relações do Estado de Israel com os judeus da Diáspora tem sido marcado pela ambigüidade, desde sua fundação, em 1948. Afinal, a “lei do retorno” não surtiu os efeitos esperados. A imensa maioria dos judeus na Diáspora preferiu permanecer em seus respectivos países, limitando seu apoio aos israelenses a eventuais contribuições financeiras e uma atuação discreta - com exceção dos norte-americanos - de “lobby“ junto aos seus respectivos governos. Essa falta de “patriotismo” por parte dos judeus da Diáspora criou um sentimento de superioridade e uma atitude de condescendência, na melhor das hipóteses, do lado dos cidadãos de Israel.
As transformações ocorridas na sociedade israelense acentuaram o antigo cisma entre Ashkenazim e S’faradim, reforçando a polarização crescente entre liberais e conservadores, judeus secularizados e ortodoxos. Com a abertura do mercado mundial e a penetração do ideário neoliberalista perdeu-se o espírito pioneiro e redentor próprio ao movimento kibbutziano. O enfraquecimento dos valores humanistas de cooperação e solidariedade gerou naquela sociedade um estilo de vida materialista-hedonista, típico de sociedades de consumo afluentes, mas, neste caso, agravado pela pressão praticamente ininterrupta de uma situação de conflitos e guerras com os árabes, no último meio século.
O crescimento econômico e o desenvolvimento material, associados à construção de um potencial científico-tecnológico impressionante, sem falar das “vitórias“ nos campos de batalha em 1956, 1967 e 1973, transformaram o “ethos” da sociedade israelense. Os sucessos ofuscaram as lições da história milenar sobre a importância da coesão e solidariedade na trajetória de um povo, valores esses fundamentados em uma forte identidade grupal e num destino comum.
Apostou-se, novamente sob a influência da ideologia norte-americana, no êxito do “melting pot”, o cadinho das diferentes correntes migratórias, carregando heranças étnicas e culturais tão distintas, como os imigrantes da ex-União Soviética ou os Falasha da Etiópia. As dificuldades de absorção e integração desses grupos, agravadas pela resistência do setor ortodoxo de reconhecer a “judaicidade” desses imigrantes, mormente daqueles oriundos de casamentos mistos, estimularam os preconceitos e suscitaram situações de conflito que atravessam as linhas de divisão de etnias e de classes sociais.
Acrescenta-se a orientação equivocada da política externa de Israel, buscando aproximação com os regimes mais retrógrados e feudais do mundo árabe, enquanto resistiu a um acordo e a pacificação com os palestinos, povo com propensão para a criação de um Estado de Direito e um regime democrático, capaz de fortalecer futuramente a posição do Estado de Israel, num mundo árabe visceralmente hostil a uma sociedade laica, aberta e democrática. Paradoxalmente, são os Palestinos, embora sejam tratados como inimigos e cidadãos de segunda classe, que serão os primeiros aliados dos israelenses na construção de um Oriente Médio democrático, uma vez silenciada a voz dos fuzis e canhões.
Tendências e perspectivas
Partimos da premissa sobre a importância de se estudar e interpretar corretamente o passado, a fim de melhor compreender o presente que nos revela as opções do futuro desejável, a ser construído.
O movimento de retorno à terra dos antepassados nasceu no fim do século XIX, na Europa Oriental, inicialmente com pouca repercussão entre as massas empobrecidas de judeus nos antigos impérios austro-húngaro e czarista. Foram poucos os seguidores dos “Biluím“ e dos “Hovevei Sion“ e, mesmo após a fundação dos movimentos sionistas halutzianos (os pioneiros), estes nunca chegaram a constituir-se em maioria entre os ativistas judeus, estes mesmos uma minoria entre uma população apática e oprimida, conforme tão bem a descreve I.B.Singer em seus romances.
No seio da intelectualidade travava-se um árduo debate entre os esquerdistas do “Bund” - organização social-democrata dos trabalhadores judeus - e os defensores da luta revolucionária que militavam nos partidos bolchevique ou menchevique, ou no movimento anarquista dos social-revolucionários, que preconizavam uma mudança revolucionária dos regimes opressores. A proeminência dos judeus nos movimentos da “esquerda” prolongou-se, apesar dos julgamentos e execuções de Stalin, antes e depois da segunda guerra mundial. As mudanças e o distanciamento ocorreram de forma decisiva apenas com a crise ideológica da esquerda comunista, após a divulgação do relatório de Khrushev, no 20º Congresso do PCUS - o Partido Comunista da União Soviética. As revelações sobre os crimes, traições e perseguições do Stalinismo desferiram um golpe fatal à esquerda, pondo fim à efervescência ideológica, e levaram ao abandono da visão idealista e transformadora, no mundo todo.
Com o fim da segunda guerra e as revelações sobre os horrores do Holocausto, o movimento sionista cresceu e tornou-se hegemônico, dando vazão ao nacionalismo judeu em dimensões internacionais. A criação do Estado de Israel em 1948 parecia ter mudado a mentalidade dos judeus, ofuscando outras visões e ideologias, a não ser a sionista e a religiosa, únicas consideradas legítimas.
Na Europa Central e Oriental, os judeus dividiam-se, antes da primeira guerra mundial e até a segunda, em dois grupos distintos: por um lado, a ortodoxia religiosa, constantemente reforçada pelo fluxo de imigrantes ou refugiados do leste e, por outro, um setor crescente de classe média assimilada, considerando-se alemães ou franceses, de fé mosaica, lutando com fervor patriótico de ambos os lados, na primeira guerra mundial.
Voltamos ao nosso ponto de partida - Israel e os judeus no contexto global. O que faz a força das comunidades modernas é a qualidade de vida de suas populações, aferida pelos índices de desenvolvimento humano, a educação, a liberdade (e responsabilidade) de seus cidadãos que encontram no legado histórico, nas tradições e nos valores éticos de sua cultura as razões mais fortes para manterem-se unidos, coesos e solidários. São essas nações livres, mais igualitárias e autônomas que são capazes de estabelecer laços de cooperação, num espírito de respeito aos “outros”, de cor, religião ou cultura diferentes.
Afirmamos acima que a definição mais apropriada para o povo judeu seria a de uma comunidade de destino. Temos um passado comum e, queiramos ou não, um futuro comum. O que impacta em uma parte do povo afeta as outras, seja onde for que estas se encontrem. Se esta premissa for correta, ela significa que somos todos responsáveis pelo que acontece aos judeus, em qualquer parte do mundo. Não tem sido este o entendimento dos dirigentes do Estado de Israel que invariavelmente tratam os judeus da Diáspora com certa condescendência, como judeus de segunda categoria. Afinal, não deviam todos eles estabelecer-se em Israel, após a criação do estado?
Raramente, os israelenses têm tentado pensar o significado de ser judeu na Diáspora. E estes, por acomodação ou remorsos, nunca tem reivindicado o direito de participar das decisões que afetam o destino de todos os judeus, dentro e fora de Israel. Além da intolerância e hostilidade frente ao movimento nacionalista dos palestinos, tem-se cedido espaço crescente à ortodoxia religiosa extremista. Não se ousa colocar a questão da religião - a natureza laica ou religiosa do Estado - em debate amplo e profundo. Resvalamos assim para uma sociedade influenciada crescentemente por fanáticos fundamentalistas que pregam o ódio, preconceitos e intolerância, levando à desobediência às leis, conflitos e até assassinatos. 
Aceitar passivamente as imposições dos fundamentalistas significa retroceder na história, submeter-se ao obscurantismo que deprecia o valor da vida e desfigura a visão do mundo real, substituindo-a por uma visão delirante que intimida o pensamento crítico. A alternativa é a construção de uma sociedade livre, pluralista, aberta e democrática, consciente e ciosa de seu legado histórico e espiritual, das tradições e raízes humanistas ancoradas na justiça social. 
Ao contemplarmos, em retrospectiva a evolução da espécie e da cultura humanas, nos últimos dez milênios, qual seria a contribuição mais significativa que confere sentido à história de uma coletividade e, assim, constrói os elementos para sua continuidade? Seria o fundamentalismo religioso, cego e fanático, um nacionalismo primitivo e militarista, ou a visão dos profetas clamando por justiça e respeito pelos direitos dos “outros, ainda que fossem “estrangeiros “?
Seriam esses os valores que vão forjar a aliança e reforçar os laços de interdependência entre Israel e os judeus do mundo? A opção e o destino estão em nossas mãos.

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